Polícia Federal prende falsa enfermeira que teria aplicado vacinas contra a Covid-19 em garagem de ônibus de BH

Polícia Federal prende falsa enfermeira que teria aplicado vacinas contra a Covid-19 em garagem de ônibus de BH

31 de março de 2021 Off Por Redação Revista do Ônibus

BELO HORIZONTE – Foi presa na noite desta última terça-feira (31), pela Polícia Federal, a cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, por suspeita de se passar por enfermeira e com isso vende de forma ilegal vacinas contra a Covid-19. De acordo as investigações da Polícia Federal, Cláudia foi a responsável pela vacinação dos empresários do Grupo Saritur, ocorrida há alguns dias, dentro de um garagem da empresa Cia Coordenadas, que faz parte do Grupo Satirur, como informou a Revista Piauí.

A Polícia Federal, informou que a falsa enfermeira foi encaminhada para o Complexo Penitenciário Estevão Pinto, na capital.

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Foto: Reprodução de TV

Agentes da Polícia Federal que investigam se a cuidadora de idosos Cláudia Mônica Pinheiro Torres de Freitas, que teria se passado por enfermeira, comercializou e aplicou as vacinas contra a Covid-19 que seriam falsas, desviadas do Ministério da Saúde ou se formam importadas ilegalmente, realizaram na tarde desta terça-feira (30), mandado de busca e apreensão em sua residência.

A Polícia Federal investigava Cláudia e seu filho, Igor Torres de Freitas em relação a denúncia de vacinação clandestina de empresários de políticos de Belo Horizonte, que foi revelada pela Revista Piuí, na última quarta-feira (24), onde um vídeo mostra a movimentação de pessoas na garagem da empresa Coordenadas, que faz parte do Grupo Saritur.

Mãe, filho e o motorista da família, que teria levado a mulher até a garagem no dia da vacinação, serão levados para a Polícia Federal onde prestarão depoimento.

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Foto: Reprodução de TV

Em depoimentos prestados aos delegados da Polícia Federal que investigam o caso nesta segunda-feira (29), os empresários Rômulo e Robson Lessa admitiram a aquisição dos medicamentos sem procedência para a doença que já matou mais de 300 mil pessoas no Brasil. O valor cobrado por mãe e filho estelionatários por duas aplicações foi de R$ 600.

De acordo com a PF, a mulher, que fingia ser enfermeira, tem passagem por furto e também teria comercializado a vacina falsificada, importada ilegalmente ou desviado do Ministério da Saúde para outras pessoas em Belo Horizonte, além dos investigados na operação Camarote. Os agentes da Polícia Federal ainda investigam a origem das vacinas vendidas pela dupla, para identificar se são realmente falsificadas ou importadas de maneira ilegal. Um mandado também foi cumprido em uma clínica.

Em uma rede social, a filha de um funcionário da empresa Saritur publicou um comentário que passou chamar a atenção da investigação e demais pessoas que seguem a jovem. “Acordei com a notícia de que eu vou ser imunizada”. A mensagem e a conta foram apagadas na sexta-feira (26), mas a TV Globo conseguiu o contato do pai dela.

Carlos Eduardo Alvim: A sua filha fez uma postagem sobre compra de vacina nas redes sociais. Você tem alguma coisa a dizer?

Funcionário: Não, nada a dizer. Filho de menor, esses trem, saiu escrevendo bobagem.

Carlos Eduardo Alvim: Mas você sabe que ela fez essa postagem?

Funcionário: Não tô sabendo.

Carlos Eduardo Alvim: E você sabe de esquema de vacinação lá na garagem? Você foi vacinado?

(telefone fica mudo / desliga)

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Na sexta-feira, durante operação, a PF foi à garagem em busca de pistas. No local, funciona a empresa Coordenadas, que pertence à família Lessa, também dona da Saritur.

Uma fonte ligada à investigação disse que os agentes apreenderam um celular que tinha mensagens combinando a vacinação. A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo dos equipamentos eletrônicos.

Na garagem da empresa em Belo Horizonte, a PF encontrou também uma lista com 57 nomes e quer saber se a relação é das pessoas que foram vacinadas. A investigação ouviu informalmente os empresários e está em busca de outras informações. Eles trabalham com três linhas de investigação.

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“A primeira linha que seria a que consta desde o linear do nosso trabalho de investigação que seria a possível internação irregular ou ilegal de imunizantes de procedência de países da América do Sul de forma irregular no nosso país. A segunda linha também é a de possível desvio de imunizante e, por fim, no avançar dos trabalhos, a gente também tá trabalhando com a possibilidade de ocorrência de fraude. Nos próximos dias a gente já pretende ter um resultado mais definitivo desses trabalhos e acabar apuração dos fatos ocorridos aqui em BH na última terça-feira”, afirma o delegado da Polícia Federal Leandro Almada.

A Viação Saritur informou que os nomes citados na matéria da revista Piauí não fazem parte da direção e que a empresa Coordenadas funciona de forma independente.

Com informações da Polícia Federal, Tv Globo e Grupo Saritur

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