MPF denuncia crimes de lavagem e contra o sistema financeiro do ex-presidente do Detro, Rogério Onofre
5 de agosto de 2020 Off Por Redação Revista do ÔnibusRIO – A Força-Tarefa da Lava Jato do Ministério Público Federal – MPF, no Rio de Janeiro denunciou nove pessoas pelo cometimento de crimes de lavagem de dinheiro e contra o sistema financeiro relacionados à organização criminosa (Orcrim) instalada no sistema de transporte público do Rio de Janeiro (RJ). Nessa etapa da Operação Ponto Final, foram denunciados o ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro – Detro, Rogério Onofre, sua esposa, Dayse Deborah Alexandra Neves, Rodrigo Chedeak, além de outras seis pessoas que firmaram acordos de colaboração premiada, que permitiram a descoberta dos crimes.
Em 30 de julho, a Polícia Federal e o MPF cumpriram três mandados de busca e apreensão expedidos pela 7ª Vara Federal Criminal, um na capital e dois em Paraíba do Sul, interior fluminense. As investigações apontaram um sofisticado sistema de lavagem de dinheiro com a compra de imóveis no Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, com entregas de dinheiro em espécie no Rio de Janeiro, além de ocultar recursos no exterior.
Na denúncia, o MPF aponta que Rogério Onofre e Dayse, entre 2010 e 2017, praticaram oito atos de lavagem de dinheiro por intermédio de organização criminosa, com a realização de operações de compra e venda de imóveis em nome de terceiros, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Minas Gerais, no valor de R$ 20.561.817,00. Entre 2014 e 2016, o casal também manteve conta no exterior, em nome de uma offshore, com o montante de USD 8.341.420,86.
As investigações identificaram, ainda, que, entre julho de 2013 a agosto de 2014, em quatorze oportunidades distintas, foi entregue um valor total de R$ 1.850.000,00 pertencentes a Rogério Onofre e Dayse a Rodrigo Chedeak, estando em apuração o destino dado a esse valor.
Operação Ponto Final
A Operação Ponto Final foi, inicialmente, deflagrada em 2017 e revelou o pagamento de propinas por empresários do setor de transporte para autoridades do estado, entre elas o ex-governador Sérgio Cabral, já condenado a quase 300 anos de prisão, e Rogério Onofre, denunciado por receber R$ 43 milhões.
Com informações do Ministério Público Federal do Rio de Janeiro