Relatório final sobre a intervenção do BRT Rio aponta problemas e possíveis soluções

Relatório final sobre a intervenção do BRT Rio aponta problemas e possíveis soluções

25 de julho de 2019 Off Por Redação Revista do Ônibus

RIO – Após meses em intervenção, o sistema de transporte expresso do Rio de Janeiro, o BRT, traz problemas e possíveis soluções de curto, médio e longo prazo para melhoria do transporte de massa na Cidade Maravilhosa.

Relatório final sobre a intervenção do BRT Rio aponta problemas e possíveis soluções 1

Um relatório final recém elaborado pelo interventor do BRT no Rio, Luiz Alfredo Salomão, mostra que 13 estações do sistema, jamais deveria ter sido construídas. O documento ainda mostra que o Terminal Santa Cruz, localizado na Zona Oeste da cidade, teria que ser três vezes maior que o atual.

A produção do relatório foi determinada via decreto pelo prefeito Marcelo Crivella no mês passado. Já a intervenção no sistema de transportes foi anunciada em janeiro, e duraria seis meses.

Além de apontar quais estações não deveriam ter saído do papel (veja a lista abaixo), as conclusões no relatório também revelam que os coletivos do BRT circulam em “pavimentos inadequados e mal executados”, que há “degradação da infraestrutura e redução da frota em operação”.

Sobre o Terminal Santa Cruz, o documento cita que “embora pareça uma estação convencional”, na verdade “o espaço é mais estreito e com quantidade insuficiente de parada de veículos”.

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O Corredor Transoestes, segundo o interventor, tem problemas graves de deterioração do asfalto. A análise revelou que “as estações não suportam o peso dos ônibus articulados”, principalmente nas áreas onde os coletivos são obrigados a frear.

O documento aponta, também, que o corredor foi “construído num terreno de argila mole, sem estaquemento, substituição de solo ou compactação adequada”.

Estações que não deveriam ter sido construídas.

  • Ibiapina;
  • Catedral do Recreio;
  • Parque da Esperança;
  • Cândido Magalhães;
  • Dom Bosco;
  • Júlia Miguel;
  • Gramado;
  • Recanto das Garças;
  • Tapebuias;
  • Golfe Olímpico;
  • Ilha Pura;
  • Ctex;
  • Embrapa.

O levantamento indica que nessas 13 estações passam menos de 500 passageiros por dia, e ainda há outras 10 estações com volume diário entre 500 e 1 mil passageiros.

“Trata-se de um desperdício absurdo de recursos: faltam estações adequadas nas proximidades de Santa Cruz e sobram estações que não deveriam ter sido construídas”, aponta o documento.

Menos 33% ônibus circulando em 2 anos

Entre março de 2017 e o mesmo mês deste ano, os auditores identificaram que o BRT perdeu 33% da frota operante.

No levantamento inicial da intervenção, foram identificados 40 veículos com perda total e 89 fora de operação que dependiam de manutenção.

Além disso, fiscais da Secretaria Municipal de Transportes detectaram durante o período que havia 73 veículos precisando apenas repor peças para voltarem a circular.

Constatações

No relatório são apresentadas, ainda, algumas questões consideradas centrais sobre o BRT.

O primeiro destaque classifica como “precário e superficial” o conhecimento de órgãos ténicos do poder concedenete – ou seja, a prefeitura – sobre funcionamento (econômico-financeiro, comercial, técnico-operacional e outros).

Num segundo ponto, é ressaltado que não existe um contrato de concessão específico para o BRT, na opinião do interventor.

Com informações da Prefeitura do Rio e TV Globo