São Paulo: Polícia Civil prende fraudadores de Bilhete Único na capital

São Paulo: Polícia Civil prende fraudadores de Bilhete Único na capital

24 de novembro de 2019 Off Por Redação Revista do Ônibus

SÃO PAULO – A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na tarde desta sexta-feira (22), três pessoas apontadas como responsáveis pelo desenvolvimento e venda de uma sistema que fraudava as recargas de bilhetes do transporte público da cidade. De posse de uma senha privada da SPTrans, a empresa responsável pelos ônibus em São Paulo, um dos hackers, o líder do grupo, é acusado de vender um sistema que conseguia inserir créditos em bilhetes como se fossem inseridos pela própria SPTrans.

Após cerca de um ano de investigações, os envolvidos foram presos em flagrante com uma máquina que realizava recargas fraudulentas, um HD externo, uma CPU e 88 unidades de cartões para Bilhete Único em branco.

Os envolvidos foram presos enquanto comercializavam um software que continha 193 gigabytes de informações restritas a SPTrans, incluindo a versão original do sistema fraudulento para realização das recargas ilícitas.

O sistema capaz de fraudar os bilhetes estava sendo comercializado no ato da prisão por cerca de R$ 150 mil.

Esse sistema permitiria a atuação de uma rede de vendedores que ficam nos terminais da cidade vendendo passagens pela metade do preço. O prejuízo aos cofres municipais causado pelas fraudes soma R$ 150 milhões por ano, segundo estimativa da Prefeitura de São Paulo em 2017. Os presos foram encaminhados para o Departamento Estadual de Investigações Criminais.

O sistema de Bilhete Único funciona desconectado da internet. A recarga e validação dos créditos é feita com base em uma chave privada de criptografia, uma espécie de senha. De posse dessa chave, o hacker conseguiu criar um sistema capaz de gravar créditos como se fossem inseridos pela própria empresa, tornando quase impossível seu rastreamento.

Esse prejuízo aparece nas contas das empresas estatais do transporte público de São Paulo, como o Metrô e a Companhia Paulista de Trens Metropolitano (CPTM), além da SPTrans, já que o número de vezes que passageiros com Bilhete Único passam pelas catracas não condiz com o número de passagens recebidas.

Em maio deste ano, a CPTM entrou com uma ação contra a SPTrans para que a empresa explique as fraudes no sistema do Bilhete Único com o objetivo de ressarcir a CPTM e o Metrô, caso seja comprovado o prejuízo. Apenas em 2018, a SPTrans cancelou 975 mil Bilhetes Únicos.

Tanto a Polícia Militar como a Polícia Civil, além da SPTrans, combatem as fraudes no bilhete único atacando os vendedores de bilhetes nos terminais. Geralmente jovens, eles oferecem passagens pela metade do preço. Os interessados são acompanhados pelos vendedores até a catraca, onde passam o bilhete para o cliente. Entre os presos desta sexta-feira está o responsável pela venda do sistema capaz de recarregar os bilhetes fraudados.

Com informações da SPtrans, Polícia Civil de São Paulo e Tv Globo