
São Paulo: EXM Partners pede a falência do Grupo Itapemirim
20 de julho de 2022SÃO PAULO – O Grupo Itapemirim que engloba as empresas Viação Itapemirim e Kaissara por exemplo, pode ter a falência decretada pela justiça, após a administradora que segue responsável pela recuperação judicial, a EXM Partners, ter solicitado no último dia 15 de julho, a falência da empresa de transporte.




O documento judicial, a EXM Partners, afirma, segundo o Estadão, que o plano de recuperação judicial não segue sendo cumprido, já que os credores não estão sendo pagos, e que a atual situação e atividade da empresa não justifica mais a sua preservação.
A empresa de ônibus Suzantur, que opera o setor de turismo e fretamento em São Paulo, teria feito uma oferta de arrendamento da operação da Viação Itapemirim, uma proposta que segue sendo classificada como “vantajosa” à massa falida e aos credores, informou a EXM.



Ainda segundo o documento, Eduardo Scarpellini, que é representante da EXM, afirma que o atual patrimônio do Grupo Itapemirim foi “esvaziado” com transferências em benefício de Sidnei Piva, empresário que comprou a Itapemirim por R$ 1 em 2016, quando a companhia já atravessava um processo de recuperação judicial.
“A saúde financeira e operacional do Grupo Itapemirim foi fatalmente debilitada por atos levados a efeito na gestão de Sidnei Piva de Jesus, Adilson Furlan (diretor financeiro e operacional) e Karina Mendonça (diretora jurídica). As empresas hoje geram poucos empregos, mas não possuem mais capacidade de pagar a folha salarial, ou seus fornecedores regulares, tampouco recolher impostos. Assim, sequer cumprem com a sua função social, preceito básico para que este instituto perdure ativamente”, diz a petição.



Ainda segundo a EXM, cerca de R$ 45 milhões da empresa de ônibus, acabou sendo desviado para a contra da recuperação judicial para a criação da companhia aérea ITA, que deixou de operar dias antes do natal de 2021, quando milhares de passageiros, ficaram sem pode viajar, gerando reclamações e ações judiciais com multas ao Grupo Itapemirim.
Dos 3.776 funcionários que a empresa tinha em 2017, esse número foi reduzido para 197 em 2021, mostrando a grave crise que o Grupo Itapemirim enfrenta. Além disso, a EXM afirma também que o Grupo não está apresentando as informações contábeis e nem detalhes sobre a folha de pagamento, assim como não mostra interesse no parcelamento das dívidas tributárias.
A EXM propõe que a Justiça autorize um contrato emergencial da massa falida com a empresa Suzantur, permitindo o arrendamento de todas as linhas interestaduais, bem como dos guichês, marcas e toda parte operacional do Grupo Itapemirim em um período de doze meses, podendo ser renováveis por igual período. A Justiça ainda analisará a situação, não tendo uma data para o julgamento.
Recentemente, ônibus da Viação Util, que pertencem ao Grupo Guanabara, iniciaram a operação de linhas interestaduais nos trechos Rio x São Paulo, São Paulo x Rio, assim como São Paulo x Curitiba e Curitiba x São Paulo.





Por outro lado, a Associação de Credores Trabalhistas e Ex-Funcionários do Grupo Itapemirim, se mostra contrária a sugestão, pois segundo a entidade, violaria a decisão da última assembleia de credores, em que ficou definido que a empresa apresentaria um novo plano de recuperação judicial.
“Esta Associação tem o direito de saber o porquê de a Suzano (Suzantur) ser favorecida, sendo que ela não é a única empresa do ramo no mercado e, com certeza, existem outras empresas com interesse e com valores e/ou propostas melhores”, diz uma nota assinada pelo presidente da associação, Paulo Adame.
O Grupo Itapemirim informou que irá se posicionar apenas noas autos. O Estadão informou que não conseguiu falar com a EXM Partners e a Suzantur.
Com informações do Estação e Associação de Credores Trabalhistas e Ex-Funcionários do Grupo Itapemirim

