MT: Passageira da Expresso Itamarati diz que motorista estava cansado e corria muito na BR-163

MT: Passageira da Expresso Itamarati diz que motorista estava cansado e corria muito na BR-163

22 de maio de 2022 Off Por Redação Revista do Ônibus

SORRISO – O motorista da Expresso Itamarati, identificado como Edmilson Pereira, que dirigia o ônibus Comil Invuctus DD que sofreu um acidente colidindo com uma carreta que transportava soja na última terça-feira (17), deixando oito mortos e 39 feridos, estava cansado, estressado e corria muito antes do acidente, afirmou a passageira identificada como Janete.

MT: Passageira da Expresso Itamarati diz que motorista estava cansado e corria muito na BR-163 - revistadoonibus
Foto: Polícia Rodoviária Federal – Divulgação

A declaração foi dada durante uma entrevista à imprensa na cidade de Sinop, também no interior do Mato Grosso, enquanto estava hospitalizada. “Tudo isso por conta desse ônibus, que estragou e ainda veio o motorista que já estava a noite toda, cansado. Ele corria muito, muito…”

Ainda segundo a cliente, o coletivo de dois andares seguia viagem com 45 passageiro. Dos feridos, ao menos quatro pessoas ainda seguem internadas no Hospital Regional de Sinop. O motorista do ônibus teve um braço decepado durante a batida. Ele sofreu traumatismo craniano, passou por uma cirurgia e está internado em uma Unidade de Terapia Intensiva – UTI também em Sinop, como informou o portal Estradas.



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Foto: Polícia Rodoviária Federal – Divulgação

“Tudo isso por conta desse ônibus, que estragou, e ainda veio o motorista que já estava a noite toda, cansado. Ele corria muito, muito, todo mundo dizia vai devagar, nós já estamos quase chegando. A gente já tinha saído de sorriso”, conta.

A passageira informa que os momentos após a colisão do ônibus com a carreta, foram intensos. Ela conta que saiu de Cuiabá na noite de segunda-feira (16) e que o ônibus quebrou por volta das 2h da manhã, próximo a Lucas do Rio Verde.

“Muito triste, recordo pouco. Eu estava nas últimas, cansada, porque desde as 2 horas da madrugada o ônibus parou, porque a mangueira que leva água para o radiador estava quebrada. Demorou muito tempo e a gente lá, naquele ônibus, naquele sufoco. Aí, passou um ônibus da empresa Verde Transporte, eles disseram que tinha espaço, mas não sabiam se caberiam todos, mas coube. O motorista disse que íamos até a rodoviária de Lucas e que, depois, um ônibus da Itamarati viria para levar os passageiros até Sinop”, descreve a passageira.

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Após chegar à rodovia de Lucas, todos os passageiros aguardavam ansiosos para seguir vigem. Segundo ela, todos estavam cansados e cobravam uma resposta da empresa. Após muitas reivindicações dos passageiros com Expresso Itamarati, buscando resposta para chegar até Sinop, o ônibus que havia quebrado na estrada chegou na rodoviária, sendo conduzido pelo mesmo motorista.

“Estávamos lá na rodoviária, todos já saturados da espera, perto do guichê de passagens, aí veio o gerente e nos disse que só iam pegar a gente às 11h30. Nesse horário, veio (sic) dois ônibus, um normal, que ia levar os outros passageiros para Sinop. E ficamos lá brigando, a professora (Sidinei Cardoso) que morreu no acidente falou ‘esse ônibus não vai sair daqui enquanto não levar a gente. De repente, veio nosso ônibus, o mesmo motorista, cansado, estressado. Aí, ele deixou a gente entrar. A professora sentou no primeiro banco, eu ia sentar atrás dela, mas uma senhora falou que todo mundo tinha que sentar na poltrona que veio marcada na passagem, e eu sentei na minha poltrona, a 39. Essa senhora também morreu”, lembra.

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A passageira conta que estavam todos muitos cansados, que não se lembra no momento da colisão, só que o motorista freou o veículo bruscamente.

“Eu só vi quando eu já estava caída. O ônibus freou e eu caí, machuquei minha coluna. Minha filha estava dormindo, ela dorme bem encolhida, só levantou, graças a Deus, não aconteceu nada com ela, nem com as crianças. Viajávamos com oito crianças, uma delas era de colo”, conta.

Com informações do Portal Estradas.