DF: Justiça proíbe novos repasses de dinheiro para empresas de ônibus

DF: Justiça proíbe novos repasses de dinheiro para empresas de ônibus

21 de janeiro de 2022 Off Por Redação Revista do Ônibus

BRASÍLIA – A Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público e Social – Prodep, informou na manhã desta sexta-feira (21) que obteve liminar favorável para impedir a edição de portarias que permitam pagamentos pelo Distrito Federal às empresas concessionárias de transporte público urbano sem lei específica. Segundo a decisão da 6ª Vara da Fazenda Pública, o Distrito Federal fica proibido de fazer novas revisões tarifárias que impliquem no pagamento de subsídio (“complementação tarifária”) sem lei própria, sob pena de multa de R$ 1 milhão.

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Para a Prodep, a chamada “complementação tarifária” paga às empresas de ônibus tem lesado os cofres públicos porque a despesa foi criada sem autorização legal. O repasse tem ocorrido por meio de portarias editadas pela Secretaria de Transporte e Mobilidade – Semob. Os parâmetros para o cálculo não passaram pela Câmara Legislativa, que deveria criar lei específica para regulamentar a concessão do subsídio. A Promotoria ressalta que o procedimento viola os princípios da legalidade e do devido processo legislativo.

A ação civil pública, ajuizada em 3 dezembro de 2021,  argumenta que  “essa despesa, quitada com recursos oriundos dos cofres do Distrito Federal, atinge uma soma bilionária e corresponde à diferença entre o valor do custo calculado do serviço (intitulado, tarifa técnica) e a despesa paga pelo usuário (tarifa usuário), representando verdadeira subvenção paga ao sistema”.


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Apenas em 2021, foram transferidos às empresas concessionárias aproximadamente R$ 650 milhões a título de complementação tarifária sem lei específica. Os valores são muito superiores aos de 2020 e 2019, quando foram repassados pouco mais de R$ 394 milhões e R$ 175 milhões, respectivamente.

Sembo se manifesta

A Semob informou que os subsídios são previstos nos contratos de concessão do Sistema de Transporte Público do DF, e os pagamentos são efetuados conforme autorização legislativa. O órgão também afirmou que vai recorrer da decisão.

Com informações do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios

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