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Belo Horizonte: Parlamentares pedem quebra de sigilos bancário e fiscal de empresas de ônibus

BELO HORIZONTE – A Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI que investiga gastos do Executivo com a Covid-19, aprovou, nesta quinta-feira (4), pedido de quebra de sigilos bancário e fiscal do Setra-BH, dos consórcios e das empresas que operam o transporte coletivo de passageiros de Belo Horizonte. Segundo o requerimento, que requisita à Procuradoria da Câmara Municipal a realização de pedido judicial de quebra de sigilos bancário e fiscal, a ação é necessária “tendo em vista a existência de fundados elementos de suspeita de desvio ilícito de dinheiro público do Município de Belo Horizonte” para os consórcios e as empresas que os compõem.

O pedido foi assinado pelo presidente da CPI, Professor Juliano Lopes – Agir e pelos vereadores José Ferreira (PP) e Flávia Borja (Avante). A quebra é referente ao período de março de 2020 a outubro de 2021 e segundo os vereadores “é indispensável para a apuração da licitude ou não da compra antecipada de vales-transportes, comprovando-se que as transferências de valores do erário público para empresas privadas não observaram regras contratuais e nem o acordo judicial, configuram subsídio, empréstimo, doação ou até mesmo corrupção ativa e passiva de agentes públicos.” Confira aqui a pauta e o resultado da reunião.

Acordo no TJ teria sido descumprido

De acordo com os parlamentares autores do pedido, foram identificadas nas oitivas realizadas pela CPI da Covid, em especial as do atual presidente da BHTrans, Diogo Prosdocimi; do ex-chefe de gabinete do prefeito Alexandre Kalil, Alberto Lage; do ex-presidente da BHTrans, Célio Bouzada; além do presidente e ex-presidente da Transfácil, Ralison Guimarães de Andrade e Renaldo de Carvalho Moura, ocorridas nos dias 21 e 28 de outubro, possíveis descumprimentos de termos aditivos ao contrato de fornecimento de cessão de uso do cartão BHBUS, licença de uso de software e sua manutenção e prestação de serviços de carga a bordo de vales-transportes, bem como de descumprimento dos termos do acordo judicial realizado no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, em dezembro de 2020. “Altos valores em dinheiro foram repassados pelo Município de Belo Horizonte à empresa Transfácil, para posterior divisão entre as empresas de ônibus participantes dos consórcios BHLeste, Dez, Pampulha e Dom Pedro II, sem substrato jurídico ou ato administrativo que justifiquem os pagamentos realizados”, explicam os parlamentares.

Os vereadores também alegam que nos depoimentos colhidos pela CPI da Covid-19 foi informado que a distribuição, feita pela Transfácil, dos valores repassados pela Prefeitura para as empresas de ônibus foi baseada na frota e no tamanho da operação do consórcio, “em nítido descompasso com o acordo judicial homologado que determina o repasse conforme números mínimos e máximos de passageiros por viagem”. A Prefeitura repassou mais de R$ 200 milhões para as empresas com o objetivo de manter quantidade de ônibus circulando na cidade capaz de oferecer segurança sanitária para os usuários do transporte coletivo.

Empresas e consórcios citados

Foram listados no pedido de quebra de sigilos o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte – Setra/BH, o Consórcio Operacional, o Consórcio BHLeste e as empresas que o compõem (Viação Globo, Coletivos Boa Vista, Sagrada Família Ônibus, S&M Transportes, Viasul – Transportes Coletivos, Viação Getúlio Vargas, Viação São Geraldo, Viação Progresso e Viação Torres), o Consórcio Dez e as empresas que o compõe (Betânia Ônibus Ltda, Auto Ônibus Nova Suissa, Coletivos São Lucas, Transcbel, Via BH Coletivos, Via Oeste Transportes, Viação Paraense, Viação Santa Edwiges, Viação Sidon e Viação Zurick), Consórcio Dom Pedro II e as empresas que o compõe (Rodopass, Belo Horizonte Transporte Urbano, Coletur – Coletivos Urbanos Sociedades, Salvadora Empresa de Transportes, São Cristóvão Transportes, Urca Auto Ônibus, Viação Anchieta, Viação Euclásio e Viação Fenix), Consórcio Pampulha e as empresas que o compõe (Milênio Transportes, Auto Omnibus Floramar, Cidade BH Transportes, Coletivos Asa Norte Ltda, Lig transportes e Serviços, Plena Transportes e Turismo, Rodap Operadora de Transportes, São Dimas Transportes, Turilessa, Viação Carneirinhos, Viação Jardins e Viação Sandra). “As quebras desses sigilos se fazem úteis e necessárias para que as persecuções penais cheguem a bom termo e desvelem condutas que posteriormente descobrem-se criminosas”, justificaram os autores do pedido.

Além do Professor Juliano Lopes, que a presidiu, participaram da reunião Bruno Miranda (PDT), Flávia Borja, Irlan Melo (PSD), Jorge Santos (Republicanos), José Ferreira (PP) e Nikolas Ferreira (PRTB).

CPI da BHTrans pede indiciamento de Kalil por três crimes por possíveis irregularidades em contratos de ônibus

A Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI da BHTrans, que apurou irregularidades nos contratos de ônibus, pediu o indiciamento do prefeito Alexandre Kalil – PSD por peculato, prevaricação, condescendência criminosa, como informou a TV Globo.

O relatório final foi protocolizado na Câmara Municipal na tarde desta sexta-feira (5). A CPI, que começou em maio deste ano, durou quase seis meses e teve 35 reuniões. O documento será analisado pela comissão na próxima segunda-feira (8) e a versão final será encaminhada para o Ministério Público.

Com 417 páginas, o documento pede o indiciamento do prefeito por peculato, alegando “que houve impropriedade e ilegalidade” na compra antecipada de R$ 220 milhões em vale-transporte. Esta constatação está em um relatório produzido pela atual equipe de gestão da BHTrans.

Respostas

A Prefeitura de Belo Horizonte, informou nesta sexta-feira (5) que “a resposta do prefeito Alexandre Kalil para esse tema é: “Isso é politicagem. Tenho que cuidar da cidade”.

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH disse, em nota, “que respeita todas as instituições públicas e rechaça, com veemência, todos os pré-julgamentos de qualquer membro da CPI que, nesta função deveria apenas, e tão-somente, “investigar”, não tendo nem legalmente, nem constitucionalmente, nenhum poder de julgamento.”

O Setra disse ainda que “reitera sua plena e irrestrita confiança no Ministério Público de Contas (MPC/MG), no Tribunal de Contas do Estado (TCE/MG), no Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e no Poder Judiciário do Estado de Minas Gerais (TJMG) com a certeza de que, após o DEVIDO PROCESSO LEGAL e o respeito à AMPLA DEFESA e ao CONTRADITÓRIO, as acusações constantes deste documento serão todas fundamentalmente rejeitadas.”

Assista ao vídeo com a íntegra da reunião.

Com informações da Câmara Municipal de Belo Horizonte

This post was last modified on 5 de novembro de 2021 19:14

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