Belo Horizonte: Conheça as 15 empresas de ônibus que devem R$ 380 milhões para a União

BELO HORIZONTE – A crise instalada no transporte municipal de Belo Horizonte mostra que os problemas na operação dos ônibus, que vem sendo alvo de fiscalização através da CPI da BHTrans, traz um cenário pouco conhecido dos passageiros, que é a soma de uma dívida de cerca de R$ 380 milhões com a União. Todo o valor envolve multas trabalhistas, assim como dívidas tributárias, previdenciárias e com o FGTS que foram inscritas em dívida ativa – ou seja, cujo prazo para quitação já venceu. O levantamento da dívida foi feito pelo portal R7 da Record TV.

De acordo com a Record TV, o levantamento dos valores foi realizado junto à base de dados da Procuradoria Geral da Fazenda Nacional – PGFN com os registros de todas as 40 empresas que fazem parte dos consórcios que operam o transporte público da capital mineira desde 2008.

Os valores podem ser conferidos no site Lista de Devedores, da PGFN, desde que você tenha em mãos o número do CNPJ da empresa. Esses dados estão disponíveis nos contratos da Prefeitura de Belo Horizonte com os consórcios de empresas de ônibus – que pode ser conferido no site da administração municipal.

Dentre as empresas que operam em Belo Horizonte, a Viação Turilessa, que faz parte do Consórcio Pampulha, segue com uma dívida de R$ 226 milhões junto ao governo federal, com R$ 218 milhões já inscritos na dívida ativa referente a previdência.

A empresa de ônibus esteve envolvida no recente escândalo de vacinação clandestina em uma garagem de ônibus de Belo Horizonte. A Polícia Federal investiga o esquema.

Confira o ranking da dívida das empresas de ônibus de BH

1. Turilessa: R$ 226.487.675,14
2. S&M Transportes: R$ 69.324.467,92
3. Viação Jardins: R$ 28.878.562,85
4. São Cristóvão Transportes: R$ 9.730.579,08
5. Viasul Transportes Coletivos: R$ 9.729.462,96
6. Sagrada Família Ônibus: R$ 9.729.462,96
7. Belo Horizonte Transporte Urbano: R$ 9.273.261,55
8. Viação Fênix: R$ 5.027.853,98
9. Viação Paraense: R$ 3.875.637,07
10. Rodap Operadora de Transportes: R$ 2.250.152,69
11. Coletivos Asa Norte: R$ 2.004.760,56
12. Viação Globo: R$ 1.258.142,64
13. Viação Torres: R$ 1.176.980,16
14. Rodopass Transporte Coletivo: R$ 371.931,06
15. Auto Omnibus Floramar: R$ 53.792,77

Empresas de ônibus segue sendo investigada na CPI da BHtrans

A Câmara Municipal de Belo Horizonte segue com os trabalho da Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI, que investiga eventuais irregularidades no contrato do atual sistema de transporte da capital que é administra pela BHTrans.

Na última semana, o colegiado aprovou um requerimento para que o procurador-chefe da Procuradoria da Fazenda Nacional no Estado de Minas Gerais – PFN/MG, Ranulfo Alexandre Pingosvik, informe sobre a “situação fiscal das empresas pertencentes aos consórcios do sistema de transporte público de Belo Horizonte”.

Os vereadores tentam entender as finanças das empresas que prestam serviço de transporte coletivo na capital mineira. Alguns parlamentares acreditam que eventuais irregularidades tributárias praticadas pelas companhias podem justificar uma quebra no contrato, em vigor desde 2008, e que só termina em 2028.

Sindicato das empresas de ônibus se manifesta

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte – SetraBH, informou que as empresas passam por momento de “extrema dificuldade financeira” e que as dívidas estão sendo tratadas individualmente, por cada uma das empresas.

Confira a nota na íntegra

O SetraBH informou que as empresas estão passando por um momento de extrema dificuldade financeira. Além das despesas operacionais, algumas empresas se encontram no limite para arcar com compromissos bancários, como os financiamentos de ônibus com ar-condicionado e suspensão a ar, investimentos esses, por exemplo, que não constam como obrigação contratual.

Em relação as dívidas mencionadas, decorrentes das operações, elas estão sendo tratadas individualmente por cada uma das empresas.

Com informações da Record TV, R7 e Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte – SetraBH