
Rio: Empresários de ônibus e Sérgio Cabral voltam a ser condenados na Lava Jato
25 de junho de 2021 Off Por Redação Revista do ÔnibusRIO – A crise que o transporte de ônibus atravessa não só na cidade do Rio, em em grande parte da Região Metropolitana e parte do estado, vem também devido ao grande esquema de corrupção envolvendo alguns empresários do transporte e políticos fluminense. Os donos de empresas de ônibus que participavam da cúpula da Federação das Empresas de ônibus do Rio – FETRANSPOR, assim como ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, voltaram as notícias do judiciário, após serem condenados mais uma vez na Lava Jato do Rio.

Na sentença do processo referente a Operação Ponto Final 2, o juiz federal Marcelo Bretas cita os empresários de ônibus José Carlos Lavouras, Jacob Barata Filho, João Augusto Monteiro e Marcelo Traça, além de Lélis Teixeira, então presidente da Fetranspor, que pagaram R$ 43 milhões em propina a Rogério Onofre, então presidente do Departamento de Transportes Rodoviários – Detro, entre 2010 e 2016, para beneficiar as empresas do setor.
A Operação Ponto Final 2, apontou que a propina destinada a Rogério Onofre, teria anuência de Sérgio Cabral, quando governo o estado do Rio de Janeiro entre 2007 e 2014. O Departamento de Transportes Rodoviários do Estado do Rio de Janeiro – DETRO é o órgão do governo do estado responsável por realizar as fiscalizações nas linhas dos ônibus intermunicipais em todo o estado.

Ainda de acordo com o documento, a maior pena ficou com Rogério Onofre, ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários – Detro. Ele pegou 40 anos de prisão em regime fechado, pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa.
A esposa de Onofre, Dayse Debora, foi condenada a 13 anos por lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa.
Já o ex-governador Sérgio Cabral foi condenado a 16 anos e 8 meses, também por corrupção passiva. Está é a 20ª condenação de Cabral na Lava-Jato.

O conhecido todo poderoso do transporte no Rio, Jacob Barata Filho, que no Rio de Janeiro é conhecido como “Rei dos Ônibus”, acabou sendo condenado a 15 anos de prisão por corrupção ativa. Já João Augusto Monteiro, que também é empresário de ônibus, também foi condenado pelo mesmo crime e pegou uma pena de 11 anos de cadeia.
O processo foi desmembrado em relação a José Carlos Lavouras, ex-presidente do Conselho de Administração da Fetranspor, porque ele mora em Portugal. Lá, ele celebrou um acordo de colaboração premiada.
Já em relação a Lélis Teixeira e Marcelo Traça, que também integravam a cúpula da Fetranspor, ao longo de todo o esquema de corrupção no transporte do Rio de Janeiro, e ao doleiro Álvaro Novis e ao funcionário dele Edimar Dantas, o processo acabou sendo suspenso, depois que todos fecharam acordo de delação premiada junto ao Ministério Público Federal.
Outras três pessoas ligadas a Rogério Onofre também foram condenadas.

Resposta dos citados
A Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro – Fetranspor, informou através de nora que “as notícias recentes relacionadas à gestão da Fetranspor referem-se a fatos supostamente ocorridos antes da posse da nova diretoria executiva” e que “tem desenvolvido uma profunda reestruturação interna, com o estabelecimento de uma política de conformidade e integridade e o fortalecimento de sua administração com uma moderna governança”.
O advogado Márcio Delambert, que defende Sérgio Cabral, disse em nota que “o ex-governador é colaborador da Justiça e já foi condenado pelos mesmos fatos. É necessário que no julgamento haja compatibilização das garantias constitucionais, para o fim de garantir que todo cidadão brasileiro tenha um julgamento justo e imparcial”.

A defesa do empresário Jacob Barata não quis se manifestar.
De acordo com Filipe Roulien, advogado de defesa do ex-presidente do Detro Rogério Onofre, “a pena aplicada extrapola o limite do razoável porque todos os elementos utilizados para a condenação são oriundos de delações premiadas de empresários e doleiros, alguns deles inclusive já condenados em processos anteriores e estão buscando subterfúgios para diminuição das penas a eles aplicadas”. A defesa informou que vai recorrer ao Tribunal Regional Federal e “acredita que a sentença proferida será reavaliada”.
A defesa de Dayse Debora afirmou: “A sentença é mais um exemplo de desproporcionalidade e excessos da Operação Lava Jato, que vem utilizando penas altas em prol da obtenção de delações premiadas. A pena é demasiadamente excessiva, em função da suposta conduta imputada à Dayse, que sempre foi uma pessoa pautada pelos principais valores humanos. A sentença foi baseada exclusivamente no depoimento dos delatores. Essa conduta parece estar se tornando praxe na Operação Lava Jato. A defesa vai tomar todas as medidas recursais possíveis”.
A reportagem ainda tenta contato com as defesas dos demais citados.

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