Rio: José Carlos Lavouras faz delação sobre esquema de corrupção na Fetranspor
13 de abril de 2021 Off Por Redação Revista do ÔnibusRIO – A deleção premiada de José Carlos Lavouras, ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro – Fetranspor, e ex-dono da empresa Transportes Flores, segue mostrando que a caixinha da Fetranspor desembolsou R$ 5 milhões mensais para tirar do cenário todas as barreiras que vinham atrapalhando os lucros das empresas de ônibus.
Para fazer a movimentação da propina, os empresários de ônibus, usavam as sobras dos vale-transporte, que era o dinheiro dos passageiros, para o pagamento as autoridades fluminenses de 1989 a 2017, como mostramos através de várias reportagens publicadas aqui.
A deleção premiada de José Carlos Lavouras que foi homologada há três meses pelo ministro Félix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça – STJ, abriu uma nova frente de investigações do mais longo esquema de corrupção no Rio de Janeiro, envolvendo empresários de ônibus e autoridades políticas e do sistema judiciário.
O ex-dono da empresa de ônibus Transportes Flores, esteve a frente da Fetranspor por 28 anos explicou ainda que a “Caixinha da Fetranspor” tinha o objetivo de garantir a redução do IPVA para as empresas de ônibus, repasses das gratuidades às empresas, o aumento sistemático de tarifas, repressão às vans e a não realização de licitação para os ônibus intermunicipais, que não foi feito até os dias atuais.
Entre as medidas muitas sendo projetos de leito e liminares judiciais, que impediam o avanço do transporte coletivo de passageiros e melhorias aos clientes que utilizam o transporte coletivo municipal e intermunicipal.
Como o empresário de ônibus Lavouras possui dupla cidadania, e vive desde julho de 2017 em Portugual, época em que o juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio, decretou a sua prisão preventiva. Todo o processo de negociação da delação premiada foi feito por videoconferência.
Esta é a segunda delação sobre a caixinha da Fetranspor. Na primeira, homologada no ano passado, o ex-executivo da federação Lelis Teixeira já havia denunciado autoridades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário envolvidas em propina.
Rio: Jacob Barata segue em busca da delação do operador de Eduardo Cunha
15 de fevereiro de 2020
Rio: Delator diz que Pezão ficava preocupado em andar com tanto dinheiro
6 de fevereiro de 2020
Promotor suspeito de receber mesada para ajudar empresas de ônibus é preso no Rio
3 de fevereiro de 2020
Fetranspor continua impedida de receber verbas das gratuidades no Rio de Janeiro
23 de janeiro de 2020
RJ: “Caixinha da Fetranspor” pode atingir Tribunal de Justiça, aponta delação
31 de dezembro de 2019
Rio: Deputados envolvidos no esquema de corrupção da Fetranspor voltam para a prisão
14 de dezembro de 2019
Rio: Lélis Teixeira ex-presidente da Fetranspor entrega tabela do caixa 2
6 de dezembro de 2019
Fetranspor gastava R$ 400 mil por mês com propinas para vereadores do Rio
17 de novembro de 2019
Rio: Garotinho nega ter comprado TV com dinheiro da Fetranspor
5 de abril de 2019
“Desvios” da Fetranspor teriam chegado a R$ 144 milhões entre 2010 e 2016
5 de abril de 2019
Propina da Fetranspor vem desde 1987, afirma Sérgio Cabral em depoimento
5 de abril de 2019
Sérgio Cabral denuncia esquema de corrupção da Fetranspor
5 de abril de 2019
Com informações do Ministério Público e Tribunal de Justiça do Rio