Funcionário da Viação Saritur nega conhecer postagem de filha sobre possível vacinação ilegal em Belo Horizonte

Funcionário da Viação Saritur nega conhecer postagem de filha sobre possível vacinação ilegal em Belo Horizonte

29 de março de 2021 Off Por Redação Revista do Ônibus

BELO HORIZONTE – A investigação da Polícia Federal segue em Belo Horizonte em busca de novas pistas para que possam comprovar a vacinação clandestina de empresários de políticos de Belo Horizonte, que foi revelada pela Revista Piuí, na última quarta-feira (24), onde um vídeo mostra a movimentação de pessoas na garagem da empresa Coordenadas, que faz parte do Grupo Saritur.

Foto: Reprodução de TV

Em uma rede social, a filha de um funcionário da empresa Saritur publicou um comentário que passou chamar a atenção da investigação e demais pessoas que seguem a jovem. “Acordei com a notícia de que eu vou ser imunizada”. A mensagem e a conta foram apagadas na sexta-feira (26), mas a TV Globo conseguiu o contato do pai dela.

Carlos Eduardo Alvim: A sua filha fez uma postagem sobre compra de vacina nas redes sociais. Você tem alguma coisa a dizer?

Funcionário: Não, nada a dizer. Filho de menor, esses trem, saiu escrevendo bobagem.

Carlos Eduardo Alvim: Mas você sabe que ela fez essa postagem?

Funcionário: Não tô sabendo.

Carlos Eduardo Alvim: E você sabe de esquema de vacinação lá na garagem? Você foi vacinado?

(telefone fica mudo / desliga)

Na sexta-feira, durante operação, a PF foi à garagem em busca de pistas. No local, funciona a empresa Coordenadas, que pertence à família Lessa, também dona da Saritur.

Uma fonte ligada à investigação disse que os agentes apreenderam um celular que tinha mensagens combinando a vacinação. A Justiça Federal determinou a quebra do sigilo dos equipamentos eletrônicos.

Na garagem da empresa em Belo Horizonte, a PF encontrou também uma lista com 57 nomes e quer saber se a relação é das pessoas que foram vacinadas. A investigação ouviu informalmente os empresários e está em busca de outras informações. Eles trabalham com três linhas de investigação.

“A primeira linha que seria a que consta desde o linear do nosso trabalho de investigação que seria a possível internação irregular ou ilegal de imunizantes de procedência de países da América do Sul de forma irregular no nosso país. A segunda linha também é a de possível desvio de imunizante e, por fim, no avançar dos trabalhos, a gente também tá trabalhando com a possibilidade de ocorrência de fraude. Nos próximos dias a gente já pretende ter um resultado mais definitivo desses trabalhos e acabar apuração dos fatos ocorridos aqui em BH na última terça-feira”, afirma o delegado da Polícia Federal Leandro Almada.

A Viação Saritur informou que os nomes citados na matéria da revista Piauí não fazem parte da direção e que a empresa Coordenadas funciona de forma independente. A reportagem não conseguiu contato com Rômulo e Robson Lessa, nem com a Coordenadas.

Com informações da Polícia Federal, Tv Globo e Grupo Saritur