Rio: MPF denuncia Jacob Barata Filho e desembargador do TJ por corrupção

Rio: MPF denuncia Jacob Barata Filho e desembargador do TJ por corrupção

16 de julho de 2020 Off Por Redação Revista do Ônibus

RIO – O Ministério Público Federal do Rio acabou denunciando nesta quarta-feira (15), junto ao Superior Tribunal de Justiça – STJ, o desembargador do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Mário Guimarães Neto, bem como o empresário de ônibus Jacob Barata Filho, conhecido como o Rei dos Ônibus por corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Apenas no Rio de Janeiro, a família Barata, é dona de 11 empresas de ônibus e detém 400 coletivos que circulam na cidade. São elas: Auto Viação Alpha, Jabour, Tijuca, Vila Real, Ideal, Normandy, Nossa Senhora do Amparo, Nossa Senhoras das Graças, Viação Pendotiba, Verdun e Nossa Senhora da Penha. A Viação Sampaio que opera como empresa de ônibus rodoviário também está ligada à família Barata.

Também foram denunciados a mulher do desembargador, a advogada Gláucia Iorio de Araújo Guimarães; os empresários Miguel Iskin e José Carlos Reis Lavouras; além do presidente do Conselho Superior do Sindicato Rio Ônibus, João Augusto Morais Monteiro, e do doleiro Carlos Eduardo Caminha Garibe.

Foto: Superior Tribunal de Justiça – Divulgação

Ainda segundo a denúncia, os empresários pagaram R$ 6 milhões ao desembargador para que ele decidisse a favor de suas empresas. A esposa do magistrado, segundo o MPF, foi a intermediária do negócio.

O Ministério Público Federal, afirma que o desembargador de fato beneficiou os empresários em mais de 40 ações civis públicas que pediam a realização de licitação para operação de linhas de ônibus no Rio.

O doleiro Carlos Garibe, conforme a denúncia, atuou para ajudar o desembargador e a mulher a esconder a origem do dinheiro. Fez isso por meio de operações de dólar-cabo e da abertura de empresas em nome de terceiros.

Segundo o MPF, os crimes aconteceram entre 2013 e 2019.

As informações foram prestadas aos procuradores pelo doleiro, que assinou acordo de delação premiada com o MPF no caso.

O relator do processo é o ministro Felix Fischer e a denúncia é assinada pela subprocuradora-geral da República Lindôra Maria de Araújo.

Na denúncia, ela pediu que os investigados paguem, juntos, multa de R$ 11,5 milhões e pediu que o afastamento de Mário Guimarães neto do TJ do Rio seja renovado. Segundo Lindôra, há risco de que, de volta ao cargo, o desembargador passe a ameaçar testemunhas e agir para atrapalhar o processo.

Com informações do Ministério Público Federal do Rio e O Antagonista