Ministro da Saúde defende a necessidade de isolamento em todo o Brasil. Passageiros de ônibus seguem monitorados

Ministro da Saúde defende a necessidade de isolamento em todo o Brasil. Passageiros de ônibus seguem monitorados

28 de março de 2020 Off Por Redação Revista do Ônibus

BRASÍLIA – Durante a entrevista coletiva, na tarde deste sábado (28), o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, segue defendendo o isolamento social, para conter o avanço do novo coronavírus em todo o Brasil. “Se a gente sair andando todo mundo de uma vez vai faltar pro rico, pro pobre”, ele disse.

A medida que vem sendo seguida por muitas pessoas e empresas de ônibus, no âmbito municipal, intermunicipal, interestadual e internacional, visa unicamente tentar conter o aumento do número de mortes e de novas vítimas. De acordo com o ministro, neste sábado, o Brasil, contabiliza 114 mortes e 3.904 casos da Covid-19, confirmados, e a tendência é que esse número aumente nas próximas 72 horas.

O balanço deste sábado acrescentou 22 mortes e 487 casos confirmados ao total. Este é o segundo maior aumento diário de casos no Brasil até agora. Na sexta-feira, foram 503 novas confirmações.

Necessidade de isolamento

Mandetta ressaltou a orientação de “a gente ficar em casa, parado”, até que o poder público “consiga colocar os equipamentos na mão dos profissionais que precisam”.

“Porque se a gente sair andando todo mundo de uma vez vai faltar pro rico, pro pobre, para o dono da empresa, para o dono do botequim, para o dono de todo mundo”, disse Mandetta.

“Nós precisamos ter racionalidade e não nos mover por impulso neste momento. Vamos nos mover, como eu disse desde o princípio, pela ciência e pela parte técnica, com planejamento. Pensando em todos os cenários quando a gente fala de colapso, de sobrecarga, ou de sobreuso no sistema.”, disse o ministro da saúde.

“Agora vai ter que poupar o sistema de saúde. Agora não é hora de sobrecarregar o sistema de saúde, seja em nome do que for. Agora é hora de aguardar, vamos ver como essa semana vai se comportar, e nós vamos ter nessa semana a discussão dentro da Saúde para achar os parâmetros”, ele disse.

A fala do ministro segue orientação da Organização Mundial da Saúde, que nesta quarta-feira (25) reforçou a importância de medidas de quarentena e de isolamento social para conter a transmissão do vírus.

As declarações sobre o isolamento vão contra as do presidente Jair Bolsonaro. Na terça-feira (24), em pronunciamento em rede nacional de televisão, Bolsonaro criticou o pedido para que todos fiquem em casa.

“Algumas poucas autoridades estaduais e municipais devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transportes, o fechamento de comércios e o confinamento em massa. O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Por que fechar escolas?”, Bolsonaro declarou.

Isolamento nas cidades e estados

O ministro ressaltou a necessidade de articular o isolamento e as ações com os governos estaduais e municipais. “Não existe quarentena vertical, horizontal. Existe a necessidade de arbitrar em determinado tempo qual o grau de retenção que uma sociedade deve fazer”, disse o ministro.

“O lockdown – parada absoluta ou total -, pode vir a ser necessário, em algum momento, em alguma cidade. O que não existe é um lockdown ao mesmo tempo, desarticulado. Isso é um desastre que vai causar muito problema pra nós da saúde”, ele afirmou.

Empresas de ônibus seguem fazendo viagens colocando passageiros em risco

Em algumas capitais, é possível ver empresas de ônibus realizando viagens entre o Rio de Janeiro a São Paulo, entre Belo Horizonte a São Paulo, por exemplo e nos trechos contrários, colocando as pessoas em risco de contaminação, mesmo com todo processo de limpeza e higienização que seguem anunciando em suas redes sociais, contrariando as recomendações sanitárias da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde, em meio a pandemia da Covid-19, que é de evitar aglomerações e isolamento social.

Prefeituras seguem investigando, passageiros que desembarcaram de São Paulo, com suspeita de contaminação do novo coronavírus, como podemos ver abaixo.

Com informações do Ministério da Saúde