DF: Aumento na tarifa de ônibus gera crítica de passageiros
10 de janeiro de 2020BRASÍLIA – O aumento de R$ 0,50 no valor da tarifa de ônibus no Distrito Federal, anunciado pelo Governo do Distrito Federal, nesta quinta-feira (9), segue sendo o assunto mais comentado dentro e fora dos coletivos que circulam na região. Na manhã desta sexta-feira (10), segue a confirmação, com a publicação no Diário Oficial do DF, que prevê aumento na tarifa a partir da próxima segunda-feira (13).
“O governo optou por não colocar todo esse reajuste [no valor da passagem] porque daria impacto grande aos usuários do sistema. A principal linha, que é a de integração, tem tarifa hoje de R$ 5 e passará para R$ 5,50, representando um acréscimo de 10% na passagem. A diferença, de 6,19%, o governo arca com subsídio para tarifa-técnica”, explica o secretário Valter Casimiro.
Todas as tarifas terão adição de 10%; linhas circulares internas passariam de R$ 2,50 para R$ 2,75%, as ligações curtas passam de R$ 3,50 a R$ 3,85 e as de integração, longas ou do metrô, de R$ 5, sobem para R$ 5,50. Com os novos valores, o governo deixará de incluir do orçamento cerca de R$ 161 milhões ao ano, que pode ser utilizado em outros serviços essenciais à população.
Os valores das tarifas de ônibus e do metrô no DF ficaram congelados por mais de 10 anos, entre janeiro de 2006 e setembro de 2015, período em que a inflação chegou a 73,60%. Conforme a Semob, as correções feitas em 2015 (média de 34,4%) e 2017 (média de 17,6%) não foram suficientes para trazer equilíbrio do sistema. Em 2019, o governo gastou R$ 701.314.932,12 para subsidiar todo o sistema, com gratuidades e complemento tarifário.
Confira a lista de valores:
Tarifa usuário – valores atuais
Circular interna – R$ 2,50
Ligações curtas – R$ 3,50
Metrô/longas/integração – R$ 5
Tarifa usuário – novos valores
Circular interna – R$ 2,75
Ligações curtas – R$ 3,85%
Metrô/longas/integração – R$ 5,50
Passageiros reclamam do serviço
Ao justificar o aumento, nesta quinta (9), o secretário de Mobilidade, Valter Casimiro, disse que os gastos com a manutenção do sistema cresceram 16,19% desde o último reajuste das tarifas, em 2017. Casimiro alega que “apenas” 10% dessas “perdas” estão sendo transmitidas aos passageiros.
“Se aumentasse as linhas e a qualidade tudo bem, mas não é o caso. Eu perdi um ônibus de 7h20 e vou ter que esperar até 8h para voltar para casa.” Disse o morador de Ceilândia Norte Leandro Oliveira, de 29 anos.
“Já foi debitado o vale [transporte] e o patrão não vai dar a diferença pra gente.” Reclamou um passageiro identificado como Leandro.
Com informações da TV Globo, Agência Brasília e Secretaria de Transporte e Mobilidade