França vive dias de caos no transporte público durante Greve Geral

PARIS – Nem só de protesto vive a América Latina. Além de Chile, Argentina, Bolívia e Venezuela que tiveram momentos críticos nos últimos tempos, a França, enfrentou nesta quinta-feira (5), um dia de Greve Geral, contra o projeto de reforma da Previdência, do presidente Emmanuel Macron. A paralisação geral atinge, trens, ônibus, aviões, escolas e até mesmo hospitais.

Foto: Reprodução de TV

Em Paris, a Torre Eiffel foi bloqueada e a polícia lançou gás lacrimogêneo contra os manifestantes, informou a Associated Press. Segundo a agência, pelo menos 87 pessoas foram presas.

O número de manifestantes varia segundo as fontes: o Ministério do Interior diz que 806 mil pessoas participaram dos protestos, enquanto a Confederação Geral do Trabalho (CGT) fala em mais de 1,5 milhão.

As autoridades anunciaram a mobilização de 6 mil policiais para reforçar a segurança durante a passeata em Paris, onde foram registrados alguns incidentes. A estimativa do número de participantes do ato na capital francesa não foi divulgada.

A greve fez com que quase 90% das viagens dos trens de alta velocidade fossem canceladas. Dez das 16 linhas de metrô de Paris foram fechadas, centenas de voos foram cancelados e muitas escolas não abriram as portas.

Para evitar o caos nos transportes, muitos franceses decidiram caminhar de suas casas até o local de trabalho. Outros optaram por trabalhar de casa.

Voos

A paralisação de parte dos controladores aéreos obrigou a Air France a cancelar 30% dos voos domésticos e 15% dos voos europeus. A empresa informou, no entanto, que todos os voos de longa distância serão mantidos.

A companhia britânica de baixo custo EasyJet cancelou 223 voos nacionais e internacionais de curta distância e advertiu que outras viagens podem sofrer atrasos.

Muitas escolas do país não abriram as portas. O ministério da Educação afirma que a greve atingiu 51,1% das creches e escolas de ensino elementar. No ensino primário e secundário, 42,3% dos professores cruzaram os braços.

Bernadette Groison, secretária-geral do FSU, o principal sindicato dos trabalhadores do setor de ensino, deu um balanço diferente. “Quase 70% dos professores do ensino básico estão em greve. Os números do ensino médio são similares. Nunca havia visto algo semelhante”, disse à AFP a secretária-geral do FSU.

Policiais, garis, advogados, aposentados e motoristas de transportadoras, assim como os “coletes amarelos”, o influente movimento social surgido em novembro de 2018 na França, aderiram à greve.

O movimento de protesto também recebeu o apoio de 182 artistas e intelectuais, entre eles o economista Thomas Piketty, autor de um ‘best-seller’ sobre a desigualdade, assim como dos partidos de esquerda.

Proposta do governo

A indignação popular foi motivada pela reforma da Previdência preparada pelo governo de Macron, uma promessa de campanha que tem como objetivo eliminar os 42 regimes especiais que existem atualmente e que concedem privilégios a determinadas categorias profissionais.

O governo pretende estabelecer um sistema único, no qual todos os trabalhadores terão os mesmos direitos no momento de receber a aposentadoria.

Para o governo, este é um sistema mais justo e mais simples, no qual “cada euro contribuído dará a todos os mesmos direitos”. Porém, os sindicatos temem que o novo sistema adie a aposentadoria, atualmente aos 62 anos e diminua o nível das pensões.

A maior parte dos países europeus já recuou a idade mínima para 65 anos, mas o projeto de Macron não altera a idade mínima legal da aposentadoria, estabelecida atualmente em 62 anos para mulheres e homens.

Horas antes do início das manifestações, o jornal “Les Echos” publicou uma lista de pontos suscetíveis de flexibilização no projeto. O governo também estaria disposto a adiar a aplicação de várias etapas da reforma.

Com informações da TV Globo e Agência Internacionais

This post was last modified on 6 de dezembro de 2019 11:22

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