
Lélis Teixeira ex-presidente da Fetranspor confirma propina de R$ 6 milhões a mulher de desembargador do Rio, diz jornal
13 de novembro de 2019 Off Por Redação Revista do ÔnibusRIO – Aos poucos o esquema de propina que dominava o Estado do Rio de janeiro, vem surgindo graças as delações premiadas. Desda vez, Lélis Teixeira que é ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros – Fetranspor, afirmou ter participado de negociações que resultaram em propinas de até R$ 6 milhões para a mulher do desembargador Mário Guimarães Neto, que é o atual presidente da 12.ª Câmara Cível do Rio.

Ainda de acordo com a delação premiada de Lélis Teixeira, as negociações tinham como objetivo “influenciar” o magistrado para que o mesmo tomasse decisões que pudesse favorecer os empresários do transporte, durante uma briga com a Prefeitura do Rio, no que diz respeito a licitação das linhas de ônibus, que foram avertas em 2008 ainda na gestão César Maia – DEM.
Após a divulgação dos fatos, o desembargador Mário Guimarães Neto, bastante indignado, reagiu à citação ao seu nome e ao de sua mulher. “Nunca conheci pessoalmente o delator, nem tampouco minha esposa, cujo nome, como o meu, foi também injustamente veiculado nessa notícia estapafúrdia”, declarou.
O magistrado disse que o ‘caráter criminoso’ do relato de Lélis Teixeira, que ‘pretende evadir-se do cumprimento da lei penal mediante a fabricação de fatos para conseguir os benefícios do instituto da delação premiada’.

A informação é do Estado de São Paulo, que informou que teve acesso ao relato do ex-presidente da Fetranspor, que tramita em segredo de justiça. Ainda de acordo com a publicação, 25 anexos do documento, citam nomes de políticos, conselheiros do judiciário fluminense, magistrados e servidores da Receita Federal.
Ainda de acordo com o jornal, um dos relatos, Lélis Teixeira narra algumas tratativas que envolve o então presidente do Conselho Superior da Rio-Ônibus, João Augusto Monteiro, o empresário Jacob Barata Filho, o ‘Rei dos Ônibus’, e a advogada Gláucia Iorio Araújo Guimarães – mulher do desembargador Mário Guimarães Neto.
O grupo questionava edital aberto pelo executivo municipal para licitar 93 linhas da capital — até então, as empresas atuavam em esquema de permissão, que dispensava licitações.
Segundo Lélis, os encontros ocorreram por intermédio de João Augusto Monteiro, cujo amigo era pai de Gláucia Araújo Guimarães.

O ex-presidente da Rio-Ônibus alega ter se encontrado com a advogada, que ‘se comprometeu a falar com o marido e dar um retorno a respeito da viabilidade de se obter uma decisão suspendendo o processo licitatório’.
Desembargador se defende
O desembargador Mário Guimarães Neto nega que ele ou sua mulher conheçam Lélis Teixeira e afirmam que suas acusações são resultado de ‘fabricação de fatos para conseguir os benefícios do instituto da delação premiada’.
“Nunca conheci pessoalmente o delator, nem tampouco minha esposa, cujo nome, como o meu, foi também injustamente veiculado nessa notícia estapafúrdia”, declarou o magistrado, ao se referir à delação de Lélis.
Em sua defesa, o magistrado destaca que o julgamento ‘sequer foi concluído’ visto que as empresas ligadas à Fetranspor participaram e venceram a licitação, realizada dois anos depois, o que tornou prejudicado o objeto da ação. O magistrado destaca ainda que o edital está sob investigação do Ministério Público por supostas fraudes.
“Adotarei as medidas judiciais necessárias para responsabilizar o delator pelo crime propalado contra minha imagem e honra, assim como espero que os membros do Ministério Público, no exercício da titularidade da ação penal, também façam o mesmo, já que a desventura de condenados na obtenção dos benefícios da ‘delação premiada’ deve ter limites, aqui violentamente ultrapassados pelo sr. Lélis Teixeira”, finaliza o desembargador.
Com informações do Estado de São Paulo e Tribunal de Justiça do Rio
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