Rio ônibus assume a gestão do BRT Rio após o fim da intervenção

Rio ônibus assume a gestão do BRT Rio após o fim da intervenção

29 de julho de 2019 Off Por Redação Revista do Ônibus

RIO – Inciado em 29 de janeiro, a intervenção feita pela Prefeitura do Rio chegou ao fim nesta segunda-feira (29). A partir da meia noite desta terça-feira (30), toda a operação do BRT Rio, voltar para as mãos do Sindicato das Empresas de Ônibus da Cidade do Rio de Janeiro, também conhecido como Rio Ônibus.

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A Prefeitura decidiu na tarde desta segunda-feira (29), condicionou devolver a administração do sistema de transporte rápido, com a compra de 150 novos ônibus e a recuperação de outros 90 ônibus que hoje estão parados nas diversas garagens.

Na semana passada, o interventor Luiz Alfredo Salomão apresentou um relatório final com exigências para que os empresários do setor continuem gerindo a rede, mas ainda não se sabe se eles vão reassumir o controle do serviço. Caso não haja acordo nesse sentido, o que deve ser decidido ainda hoje, uma das saídas para o município será prorrogar a intervenção.

A Secretaria Municipal de Transportes confirmou a reunião do grupo de trabalho, do qual fazem parte o Rio Ônibus e representantes de órgãos municipais como a própria SMTR, Procuradoria Geral do Município, Controladoria Geral do Município, e Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop). Na ocasião haverá uma apresentação do relatório final sobre as ações no decorrer da intervenção do sistema. Ainda segundo o órgão, durante este encontro serão avaliados os ajustes necessários para que o termo de compromisso seja firmado com o sindicato que representa as empresas, bem como as suas respectivas obrigações.

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Uma das conclusões do relatório final da intervenção é que treze estações não deveriam ter sido construídas, por terem baixa demanda de passageiros. É o caso da estação Embrapa, Guaratiba, com média de 54 passageiros por dia. O relatório aponta ainda erros de planejamento na elaboração do modal, que implicam na superlotação dos ônibus. O corredor Transoeste, por exemplo, teria sido planejado para receber 135 mil passageiros por dia, mas a realidade é de 250 mil usuários.

O subdimensionamento causou problemas também no Terminal de Santa Cruz. O grupo de estudos concluiu que o local é três vezes menor que o necessário, o que expõe os passageiros em longas filas sem abrigo. Enquanto na Transoeste sobra passageiros, no eixo Transolímpica, falta. O corredor foi planejado para receber até 130 mil pessoas por dia, mas a demanda atual é a metade. O motivo apontado pelo interventor foi a falta de ocupação dos prédios construídos ao longo do trecho, o que levou a prefeitura a não realizar as obras necessárias no terminal do Recreio.

Entre as propostas apresentadas pelo interventor estão a reconstrução da pista do corredor Transoeste, recuperação de estações e reabertura dos pontos da Av. Cesário de Mell e até a substituição gradual da frota por ônibus elétricos. Ao longo das 71 páginas do relatório, ele aponta que deixará o sistema com R$ 4 milhões em caixa.

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Com relação às obras, o relatório da intervenção sugere que a pista do corredor Transoeste, que liga a Barra da Tijuca a Campo Grande, precisa ser reconstruída. Outra recomendação é a reabertura das estações da Avenida Cesário de Mello, utilizando ônibus convencionais, com roletas, o que poderia diminuir o número de calotes.

Outro problema estrutural apontado é o tamanho de algumas estações. O terminal Santa Cruz, por exemplo, segundo o relatório, deveria ser três vezes maior. Para combater os calotes, um dos principais problemas que as empresas reclamam, o interventor sugere que as estações físicas sejam modificadas para dificultar a invasão. Ele também propôs a instalação de catracas na saída das estações, a fim de conferir se o passageiro pagou ou não para viajar no modal. Outra proposta, que já está em prática, é a fiscalização com máquinas, parecidas com as utilizadas pelo VLT.

Com informações da Prefeitura do Rio, Jornal Extra e Tv Globo