Homologado pela Justiça o Plano de Recuperação da Itapemirim

Homologado pela Justiça o Plano de Recuperação da Itapemirim

15 de maio de 2019 Off Por Redação Revista do Ônibus

SÃO PAULO – Foi homologado nesta terça-feira (14), o plano de recuperação judicial do Grupo Itapemirim pelo juiz João de Oliveira Rodrigues Filho, da 1ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo.

No despacho, o magistrado destacou que a recuperação da atividade empresarial em crise será benéfica à empresa devedora, que se manterá em funcionamento.

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“Mas também será favorável aos credores, ainda que tenham de suportar algum ônus representado por deságio, parcelamento ou algum outro tipo de restrição, na medida em que a devedora continuará em funcionamento, atuando no mercado de maneira importante e, direta ou indiretamente, continuará a beneficiar a atividade do credor. O empresário também deverá suportar os ônus da recuperação judicial, comprometendo-se, ainda que à custa de seus próprios interesses, em manter empregos, recolher tributos e apresentar plano de recuperação factível e que atenda, minimamente, ao interesse dos credores, em consonância com a lógica econômica e de mercado”, diz Rodrigues Filho na decisão.

A Itapemirim pediu recuperação em 7 de março de 2016 para reestruturar uma dívida de mais de R$ 300 milhões, sendo que grande parte é de dívidas trabalhistas, além de fornecedores e credores estrangeiros.

O Grupo é formado pelas empresas Viação Itapemirim S/A, Transportadora Itapemirim S/A, Ita Itapemirim Transportes S/A, Imobiliária Bianca Ltda., Cola Comercial e Distribuidora Ltda, Flecha S.A Turismo Comércio e Indústria e Viação Caiçara Ltda.

Mudança de foro

A defesa do Grupo é feita pelos advogados Elias Mubarak Júnior e João Paulo Betarello Dalla Mulle, do Mubarak Advogados Associados, relembra o processo de trazer a ação para São Paulo.

“O pedido de Recuperação Judicial tramitou inicialmente em Vitória, no Espírito Santo. Mas em 2018 o juiz da 13ª Vara Especializada de Vitória reconheceu a sua incompetência absoluta para processar a Recuperação Judicial, entendendo que o Foro Competente para apreciar o pedido seria uma das Varas do Foro Central Cível de São Paulo. Foi quando assumimos e conseguimos trazer o processo para a capital paulista”, afirma o advogado Mubarak.

CRISE SE ARRASTA HÁ UM TEMPO

Conhecida por ter sido uma das maiores empresas de transporte de passageiros do Brasil entre as décadas de 80 e 90, a crise no Grupo Itapemirim vem agravando ainda mais a imagem das empresas, em especial da Viação Itapemirim. A crise vem desde o início desta década, quando ainda a família Cola administrava as empresas.

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Os conflitos com a família Cola são inúmeros, e vem repercutindo até os dias atuais. De acordo com integrantes da família, eles informam que foram vítimas de um “golpe” e que teria convocado os atuais sócios apenas para ajudar na re-estruturação das empresas do grupo, quando os mesmos teriam assumido a propriedade dos negócios.

Hoje, estão responsáveis pelo grupo Itapemirim que segue em recuperação judicial, as seguintes empresas: Viação Itapemirim S.A., Transportadora Itapemirim S.A, ITA – Itapemirim Transportes S.A., Imobiliária Bianca S.A., Cola Comercial e Distribuidora Ltda, Flexa S.A. Turismo Comércio e Indústria, Viação Caiçara Ltda (Kaissara) sendo administrados atualmente por Sidnei Piva de Jesus e a Camila de Souza Valdívia.

Os atuais sócios, por sua vez, negam a acusação e dizem que a transferência das empresas foi legítima.

O processo de recuperação teve início em março de 2016 e, na ocasião, o grupo tinha dívidas trabalhistas e com fornecedores que ultrapassavam R$ 336,49 milhões e, relativas a impostos, chegavam a R$ 1 bilhão.

Com informações do Tribunal de Justiça e Diário do Transporte